Conheça os desafios e as conquistas do Dr. Gabriel Almeida, médico, professor, escritor, palestrante e empresário

Dr. Gabriel falou sobre sua trajetória e conquista da credibilidade

Formado em medicina pela Universidade Estadual de Alagoas, o baiano Gabriel Almeida, não parou desde que concluiu a sua formação. “Entrei na vida louca dos plantões”, como ele mesmo fala, ele emendou a formação com a residência em cirurgia geral. Mas, percebeu que não queria um futuro sacrificando noites e emendando um plantão no outro.

Então, teve uma ideia que revolucionou a sua carreira e, além de um cirurgião de referência na sua área, hoje é um empresário bem sucedido na área de saúde. Fundou o Núcleo GA, iniciais do seu nome, que conta com mais de 30 médicos atuando nas áreas de endocrinologia, nutrologia, dermatologia, urologia, cirurgia plástica e cardiologia.

Com sua fala carismática e bastante expressivo com a sua linguagem corporal, essa entrevista inspiradora, mostra a importância da determinação e comprometimento com a carreira e com a vida. Confira:

CS: Dr. Gabriel, a medicina sempre foi sua primeira opção ou a influência do meio levou a esse caminho?

GA: Saback, decidi que queria ser médico quando eu tinha 04 anos de idade. Sim, assim desde cedo e lhe digo de onde veio esse desejo. Eu era bem magrinho e asmático. Lembro do meu pai me levando ao hospital. E toda vez que o médico se aproximava ele levantava e dizia: o doutor chegou. Quase fazendo uma reverência para o médico. E vim de uma família humilde. Meu pai era cortador de cana e só entrou na escola aos 14 anos e tinha um sonho de ser médico. Com essas idas ao hospital um dia falei: “pai eu vou te honrar e ser médico”. Na hora de escolher a carreira eu já sabia o que queria, mas vou lhe ser sincero: eu era um péssimo aluno e estudava numa escola que não preparava para o vestibular. Acabava na recuperação e estudava muito para passar. Minha mãe uma vez me perguntou: “meu filho você gosta de biscoito recheado né? Para você conseguir ter a vida que você quer, só com estudo. Essa é a única forma de vencer na vida”. Sempre que lembrava dessa fala eu estudava cada vez mais.

CS: Se estudava numa escola que não preparava para o vestibular, como foi que você se preparou para passar no curso que é um dos mais concorridos do Brasil?

GA: Quando chegou o momento do vestibular, eu vi o quanto eu era fraco. E eu tinha que passar numa universidade pública, minha família não tinha dinheiro para bancar uma faculdade particular. Então encarei cursinho mesmo, pra me preparar. No primeiro simulado eu vi que não estava preparado. E ouvi muito, de muita gente, que não estava apto para conseguir passar em medicina. Aí eu coloquei uma meta e desapareci do mapa. Comecei a estudar e me dedicar 12 a 14h por dia. Fui estudando e melhorando até alcançar o 1º lugar no simulado.

CS: Essa dedicação então valeu a pena. Você passou na Universidade Estadual de Alagoas. Pode falar sobre essa experiência?

GA: Sempre tive uma ligação com Alagoas, meu pai vem de lá, da cidade Boca da Mata, interior de Alagoas. Prestei o vestibular por lá e passei. Estudava na biblioteca. Comprei estetoscópio, tensiômetro e me esforçava para me manter. Comecei a dar banca para estudantes da 5ª serie e cobrava, na época, 8 reais a hora. Ou eu encarava que era difícil ou me lamentava. Então corri atrás. O segredo do meu sucesso é persistência. Em momentos que eu via que estava em desvantagem, com trabalho duro eu via que superava qualquer um.

CS: Então seu lado empreendedor já começou a se manifestar dando reforço escolar? É isso mesmo?

GA: Pois é, começou o lado do Gabriel empreendedor, dando banca. Inclusive via meus colegas de faculdade empreendiam, também. Eu tinha um colega que vendia acarajé e se dava bem. Isso me despertou o meu lado empreendedor. E tinha que me sustentar, né?

CS: Então para se formar em medicina não o foi mar de rosas que todo mundo sempre idealiza?

GA: Eu era contra cotas, hoje eu vejo que é fundamental para diminuir a disparidade econômica do nosso país. Vejo que tinha várias pessoas que tinham vontade e inteligência, mas não conseguiam passar por causa dessa desigualdade. Quase todo mundo da minha sala tinha carro. Tive uma dificuldade inicial de inclusão. Às vezes acontecia um churrasco e eu não ia porque não tinha 5 reais para pagar. Mas quando eu comecei a me destacar pelas notas, vários colegas começaram a me chamar para estudar. Mas mesmo assim eu vivia no limite. Aí descobri lá na faculdade existia uma prova que era para entrar no pronto de socorro. E quando estava no 2º ano 3 ano resolvi fazer. Estudei, dei o meu melhor e passei em 1º lugar nesse pronto de socorro. Ali pra fazer esse estágio eu recebia ½ salário mínimo. Rapaz, eu estava rico. (risos)

CS: Depois que você se formou pensou logo em empreender ou buscou uma especialização?

GA: Saback, depois que me formei fui fazer a residência em cirurgia geral em Salvador. Depois de 02 anos de dedicação na área, entrei na vida louca dos plantões. Nessa época passava muito tempo na emergência e com o tempo isso me deprimiu, aí busquei conforto na comida. Saí de 58kg pra 95kg.

CS: Isso tem a ver com o redirecionamento da sua carreira para a área que você atua hoje? Como isso aconteceu?

GA: Eu estava dando plantão em Camaçari e lá eu estava numa sexta-feira à noite, obeso, deprimido e observei os médicos que já tinham mais tempo de trabalho que eu e que ganhavam a mesma coisa. Mas eu pensei que não queria estar daquela maneira para o resto da vida. No dia seguinte tinha um plantão e troquei com meu colega. Fiquei em casa pensando e refletindo o que poderia fazer para ter um futuro melhor como médico. Aí fui pesquisar e descobri que naquela época a média de cirurgias era de 30 a 40, por ano, por médico. Pensei, também, o que eu queria na minha vida naquele momento: estar magro. Eu não conseguia nem amarrar o meu sapato. O que eu pagaria pra isso? Eu respondi pra mim mesmo: pagaria o meu salário. Ali eu percebi que a minha dor era um mercado assustadoramente em expansão. Na época era em torno de 14%. Hoje é 29.5%. Naquela noite comecei a estudar esse nicho de atuação. Meu

objetivo traçado foi: se eu curo a minha dor, eu curo a dor dos meus pacientes. Mas também entendi que se eu só pensasse no dinheiro como resultado, ele não viria. Perceba, coloquei o propósito na frente, aí o dinheiro viria automaticamente como resultado deste comprometimento.

CS: Então, essa foi a virada de chave? De médico a empresário?

GA: Saback, eu comecei sublocando 01 turno de um consultório num hospital e atendia meus pacientes que queriam melhorar a qualidade de vida: emagrecimento e insônia, por exemplo.

Um ano depois comecei com uma clínica bem pequena: 27m2 com um sócio. Aí depois de 03 anos eu escolhi fazer carreira solo, empreender sozinho mesmo. Aí foi quando eu fundei minha primeira clínica: essa já tinha 39m2. Achei que estaria tranquilo e não precisaria mais sair dali, mas a demanda foi crescendo e 03 anos depois tive que sair e expandir.

CS: A que você atribui o crescimento da demanda pelos seus serviços e a necessidade de expansão?

GA: Atribuo o crescimento dessa demanda aos resultados dos meus pacientes e o acompanhamento que faço de maneira personalizada. Saí dos 39 m2 e fui para um espaço de 170m2 com possibilidade de expansão para 500m2. E logo após, implementei cursos para médicos atuarem com emagrecimento. E ali comecei a dar aula. Essa foi mais uma empreitada: comecei com os cursos em agosto de 2019 e continuo atendendo Brasil afora.

CS: Você fundou a sua clínica em Salvador e expandiu para outros lugares ou parou por aqui mesmo?

GA: Hoje tenho uma clínica em Salvador, uma em Feira de Santana (BA), estou construindo uma em Petrolina (PE) e construí um clínica no principal ponto da Avenida Brasil, em São Paulo. Vim dos 27m2 para quase 2000m2 de área de trabalho espalhados por essas cidades. Além disso, coordeno uma pós-graduação de Obesidade e Sarcopenia e criei um Mastermind com um programa de 06 meses para os alunos que fizeram a pós-graduação e ainda me acompanham 01 dia para entender como eu trabalho e atuo, desde o atendimento até o financeiro.

CS: Com esse instinto empreendedor, do que você precisou abrir mão para alcançar esse sucesso e credibilidade tanto na medicina quanto na educação especializada? Aliás, você também publicou 03 livros?

GA: Saback, tive que abrir mão de muitos momentos em família e festas. Mas hoje tenho tempo pra aproveitar meus pais, a minha esposa, meus filhos e os eventos sociais. E, sim, já publiquei 03 livros: Saúde Além do Tempo (2018), Efeito Sanfona (2020) e O Despertar da Mente Magra (2023). Mas, quando escrevo livros eles não são direcionados para médicos. Gosto de traduzir de forma que meus leitores, não médicos, consigam entender e saber como conquistar uma melhora de qualidade de vida.

 

 

Fonte: iBahia

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