A construção civil é o segmento industrial cujos empresários tem maior expectativa de crescimento para este ano.
O setor da construção civil na Bahia tem se apresentado como promissor para o ano de 2024. Pelo menos é o que apontam especialistas, sindicatos e empresários do ramo no estado: a expectativa é que pelo menos 45 mil empregos diretos sejam gerados em 2024.
Se junta a esta boa estimativa a criação dos empregos indiretos, oriundos da rede que envolve a cadeia produtiva, tais como Exemplos são a produção e fornecimento de alimentos entregues nas centenas de canteiros de obras. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), ainda que o ritmo seja pouco acelerado, a construção civil é o segmento industrial cujos empresários tem maior expectativa de crescimento para este ano.
Dentre os motivos que vem estimulando o empresariado, está a leva de construções de conjuntos habitacionais no Nordeste impulsionados pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com destaque para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
De acordo com balanço da FIEB, a conjuntura positiva se deve também à queda das taxas de juros. A análise, divulgada final do ano passado pelo presidente da entidade, Carlos Henrique Passos, vai ao encontro das projeções de outras entidades.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), Carlos de Jesus, além dos 45 mil empregos diretos que devem ser gerados este ano, o Programa MCMV prevê a construção de 18 mil novas unidades habitacionais.
“Em 2024 a perspectiva é grande para o mercado da construção civil com o programa do Minha Casa Minha Vida. E também as obras públicas como construção, reforma e ampliação na área da educação. Ou seja, novos colégios serão construídos, outros ampliados e um tanto também reformados”, declarou.
Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho mês passado, também confirmam o cenário positivo que o setor da construção civil vem apontando.
Os números apresentaram um resultado favorável pelo segundo mês consecutivo. Em fevereiro de 2024, foram geradas 35.053 novas vagas com carteira assinada, um aumento significativo de 55,88% em relação ao mesmo período do ano anterior, que registrou 22.487 novas vagas. Com esse resultado, o total de trabalhadores formais no setor cresceu 6,71%, passando de 2,651 milhões em fevereiro de 2023 para 2,830 milhões em fevereiro de 2024.
Esse desempenho positivo é atribuído ao crescimento dos três segmentos da construção. A construção de edifícios liderou, gerando 13.891 novos postos de trabalho, representando quase 40% do total de novos empregos no setor. A Infraestrutura contribuiu com 9.924 novos postos, enquanto os Serviços Especializados para a Construção foram responsáveis por 11.238 novos empregos.
Desafios – Ainda de acordo com o presidente do Sintracom, Carlos de Jesus, o desafio dos sindicatos que defendem os trabalhadores será convencer e conscientizar o empresariado a equilibrar o crescimento com a segurança nos canteiros de obras. “Esperamos que o setor invista na segurança do trabalho par evitar acidentes que deixem sequelas e mortes”, disse Carlos de Jesus.
Outro fator que leva o ramo da construção a crer em um cenário promissor em 2024 foi o dinamismo do setor no território baiano em 2023, tido como categórico para os empresários. Conforme a FIEB, superou o PIB nacional, de -0,6%.
Tal cenário na Bahia levou à realização, no estado, da 2ª Constru Nordeste, maior evento da Construção do Norte e Nordeste. Idealizada para unir em um mesmo local todos os segmentos da indústria da construção civil, o evento acontecerá entre julho e agosto deste ano para apresentar novidades do setor, principais tendências, produtos e as mais modernas soluções em inovação e sustentabilidade.
Em um bate-papo com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, afirmou que a construção civil é um dos setores econômicos mais importantes da Bahia. Durante a conversa com os sindicalistas, afirmou que eles “são agentes que contribuem decisivamente para a atividade econômica com a ampliação de infraestrutura do Estado” e reforçou o que vem sendo dito.
“Há um novo momento com o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC com os investimentos do governo, com destaque para o programa Minha Casa, Minha Vida. Nesta oportunidade se inicia uma nova programação de trabalho que certamente haverá resultados muito profícuos para a sociedade Bahia”, afirmou o secretário, à época.
Fonte: Tribuna da Bahia