Geração de emprego e vaga de empresa nessa modalidade podem aumentar o PIB nacional

Com salários mais atrativos, os cursos técnicos têm despertado a atenção das pessoas que buscam se qualificar para entrar no concorrido mercado de trabalho. No Brasil cerca de 660 mil pessoas que estão no ensino médio, de 14 anos ou mais frequentam curso técnico de ensino médio. Hoje, há essa opção de se concluir segundo grau com curso técnico. Com isso, as chances de chegar ao mercado de trabalho praticamente dobram com uma formação de segundo grau nesta modalidade.
Na Bahia, mais precisamente em Salvador, existem várias instituições que ofertam estes tipos de cursos, sejam gratuitos ou pagos.
A gerente de educação do Senac Bahia, Maibi Teixeira falou sobre como a escola vê a importância destes cursos para a população. “O Senac tem o papel social muito importante. Por conta disso que alguns cursos aqui decidimos aumentar a quantidade de oferta após a pandemia.Devido a demanda, ofertamos gratuitamente para pessoas que às vezes não tem condições de ter acesso. É um dos motivos de nossas turmas dos cursos, que são presenciais, serem mistas. O nosso papel é não só formar alunos, mas fazê-los entrar no mercado de trabalho de maneira mais rápida e de forma qualificada.. O Senac tem esse compromisso de oportunizar o trabalho para aqueles que buscam, principalmente os mais jovens que saem do ensino médio”, pontua Maibi.
A gestora ainda salienta que entre 60 a 70% dos alunos Senac já concluem o curso que escolhem contratados pelas empresas.
Já na visão de Rodrigo Moreira, coordenador da Escola Técnica da Bahia (Eteba), cada vez mais os cursos técnicos no Brasil e na Bahia ganham importância. “Hoje através de pesquisas feitas pelo Ministério da Educação (MEC), mais de 80 milhões de pessoas poderiam retornar as salas de aula através dos cursos técnicos. Se a gente pegar os números fora do Brasil, na Europa, mais de 50% da população tem curso técnico e por isso há uma maior abrangência no mercado de trabalho. Em 2015, cerca de 11% da população brasileira tinha curso técnico. E a maioria destes com cursos técnicos estavam no mercado de trabalho”, pontua o coordenador.
Rodrigo explica que a Eteba tem apostado forte nesta volta com força que os cursos técnicos tem tido. “A Eteba vem se enquadrando para poder ajudar a vida das pessoas. Hoje o que temos feito aqui na instituição de ensino é que a grande maioria de nossos alunos são bolsistas com o próprio incentivo da Eteba. Até temos como parceiro o Educa Mais Brasil, mas a Eteba hoje oferta cursos como de Segurança do Trabalho, Análises Clínicas, Meio Ambiente e Rádio e TV, sendo uma das poucas escolas de Salvador com esse curso técnico da área de comunicação com bolsas de até 50% de desconto. Isso motiva as pessoas e faz aumentar a procura e muitos jovens que saem do ensino médio tem percebido isso”, ressalta o Coordenador.
O editor de TV Israel Bispo foi um que optou pelo curso técnico como forma de ingressar no mercado de trabalho mais ágil e acessível. “Escolhi o curso técnico por ser mais acessível. é mais fácil de ingressar em um curso destes, do que em uma faculdade que depende da sua nota de Enem ou vestibular. E vejo que através do curso técnico tenho a chance também de já terminar o curso entrando no mercado de trabalho. E mesmo que eu não consiga, ser um técnico na área me garante um bom currículo”, disse.
Segundo o estudo da pesquisa do Itaú Educação e Trabalho que mostra os potenciais efeitos macroeconômicos com uma oferta pública maior do ensino médio técnico no Brasil, triplicando as vagas do ensino médio técnico o PIB (Produto Interno Bruto) do país aumentaria em 2,32%. Esta alta se daria com a expansão de postos de trabalho e renda dos trabalhadores, principalmente os mais jovens. Outro ponto de destaque é que a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) representa um terço dos alunos do ensino médio no país.
Fonte: Tribuna da Bahia