De acordo com o InfoJobs, do total de vagas híbridas disponibilizadas pelas empresas, 94,82% são presenciais e apenas 2,7% são remotas.
Num cenário totalmente diferente do atual, em 2020 a população precisou se adaptara uma outra rotina. Comércios fecharam as portas e muitos empresários precisaram adequar-se a uma nova realidade. A pandemia da covid-19 obrigou muitos funcionários que estavam no presencial a trabalharem em casa. Algumas pessoas se adaptaram bem ao chamado home office, no entanto, outra parcela dos trabalhadores ainda preferem o bom e velho trabalho presencial e é nesse formato de ocupação que muitas empresas estão voltando a apostar.
Uma pesquisa foi feita em abril deste ano pela HR Tech InfoJobs juntamente com o Grupo Top RH para analisar o sentimento dos trabalhadores que voltaram ao modelo presencial. O estudo foi feito com mil pessoas, com idade entre 25 a 44 anos. Dentre os respondentes, 47,2% estavam trabalhando de forma 100% presencial, 32,2% de forma híbrida (presencial e home office) e os outros 19,5% trabalhavam somente em casa. A pesquisa da InfoJobs ainda revela que 58,3% dos profissionais disseram que se sentem menos produtivos no fim de um dia de trabalho presencial.
Em contrapartida, ainda de acordo com a InfoJobs, mesmo com a oferta das vagas híbridas tendo crescido 16,6% entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, elas retratamsomente 2,48% do total de vagas de emprego. Visto que,desse total, 2,7% são totalmente remotas e 94,82% são totalmente presenciais. O trabalho remoto, aqui no Brasil, logo no início não foi muito bem aceito, tanto pelas empresas quanto pelos colaboradores. Contudo, durante praticamente dois anos com esse modelo de trabalho, que até então era novo no país, atualmente a maioria das pessoas se adaptaram muito bem ao novo formato. Porém, uma das maiores dificuldades para quem aderiu ao home office era conciliar o trabalho com as tarefas de casa.
Aos poucos, trabalhadores já estão retornando aos postos na forma presencial | Foto: Romildo de Jesus
Wiliam Falcão, tem 29 anos e é estudante de jornalismo. Ele fala como foi a experiência dele ao precisar migrar do trabalho presencial para o remoto. “Eu trabalhava na área de vendas. Tive que mudar praticamente a função, saí da área de promotoria para a área de consultoria e passei a atender de forma online. A adaptação foi rápida, o trabalho era bem dinâmico. Em relação à rotina, não tinha como focar só no trabalho. Meu filho na época tinha 2 anos, então dependia muito de mim. Então eu precisava fazer almoço, colocar ele para dormir…enfim fazer as coisas de casa mesmo e trabalhar também. Então, por obrigação, tive que me desdobrar”, relatou.
Quando perguntado se era melhor trabalhar presencial ou em home office, Wiliam falou que isso irá depender da profissão que a pessoa exerce. Mas que também, trabalhar em casa pode até ser mais produtivo do que se precisasse ir para a empresa devido ao gasto do tempo de locomoção. “Com a chegada da pandemia foi descoberta a possibilidade de que diversas áreas poderiam ser em home office. Mas acho que cada área vai se encaixar da melhor forma. Eu não tenho preferência. Agora na área de jornalismo, quando estou no home sinto falta de ir para rua. Já quando estou na rua, sinto falta de estar em casa, porque querendo ou não, é diferente”, ressaltou.
Já o caso do Valmir Amorim (26), que é atendente de telemarketing, foi ao contrário. Ele trabalhava em casa, mas precisou voltar ao presencial. Para ele a migração não foi algo fácil, pois ele já tinha se acostumado ao home office. Além disso, Valmir também conta sobre como seu cotidiano foi alterado.
“A rotina de trabalho e tarefas de casa em home office era tranquila, pois sobrava bastante tempo, já que não era necessário sair e esperar pela condução pra ir pra empresa. Eu conseguia conciliar aula, trabalho e tarefas de casa. Agora mudou muita coisa: ter que sair mais cedo por morar longe da empresa, fazer marmita para almoçar na empresa, sendo que antes eu almoçava na frente do notebook e ali mesmo ficava pra começar a atender”, declarou.
Valmir ainda fala sobre sua preferência referente ao modelo de trabalho e deu dica para quem vai voltar a trabalhar presencialmente. “O home office é mil vezes melhor! Já a dica que dou é: se organize direitinho, pois no começo é difícil lembrar de tudo que tem que fazer e às vezes a saudade do home office bate forte. Mas se organizar direito acaba se acostumando com a nova rotina, mesmo sendo bem mais cansativo”, concluiu.
Fonte: Tribuna da Bahia