Feira Literária de escola municipal estimula hábito de leitura em alunos da EJA

Na edição de 2023, a Flicapim buscou fomentar reflexões sobre as comunidades, favelas e periferias

A Escola Municipal Fonte do Capim, localizada na Fazenda Grande do Retiro, realizou a segunda edição da Feira Literária, a Flicapim, que tem como objetivo estimular o desenvolvimento do hábito da leitura nos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).  Texto encaminhado pela unidade de ensino fala sobre a proposta:

“A ideia é proporcionar aos educandos o letramento literário e crítico e possibilitar que os mesmos ampliem a concepção de leitura. Para a realização da Feira literária os estudantes precisam experienciar a leitura em suas diversas formas, conhecer novos gêneros e portadores textuais. Com isso, podem ver o mundo que os cerca de forma diferenciada a partir de novos olhares e pontos de vistas diversos. No contexto dessa nova visão espera-se que surja a ressignificação de aspectos já normalizados em seus cotidianos e que leiam para compreender a realidade de forma mais crítica e consciente.

A alfabetização nesse contexto será impulsionada resultando em avanços no envolvimento mais ativo e autônomo dos estudantes na interação com textos impressos e na apropriação da língua escrita. Sabemos que a nossa sociedade é fundamentada na oralidade. Para nossos ancestrais a palavra era de ouro! Mas, as sociedades contemporâneas estão cada vez mais grafocêntricas, onde vale o que está escrito e assim somos cobrados no trabalho e na vida cotidiana e precisamos dar conta desta demanda.”

Na edição de 2023, a Flicapim buscou fomentar reflexões sobre as comunidades, favelas e periferias de forma articulada ao fortalecimento identitário dos alunos, em maioria negros. “Após perceber a identificação dos estudantes e professores com o livro “Da minha janela”, de autoria de Otávio Júnior e ilustrado por  Vanina Starkoff, foi que surgiu a ideia de tecer as práticas pedagógicas tomando os contextos de vida dos estudantes como base. Antes de ser uma janela aberta para o mundo, foram convidados a visitarem a janela de si, para só depois buscar compreender o que os olhos avistam ou não das janelas de casa. Como as ilustrações do referido livro trazem a chita nas janelas, foi apresentado aos alunos a obra “Uma festa de cores: memórias de um tecido brasileiro” de autoria de Anna Göbel, e Ronaldo Fraga. A obra com suas ilustrações belíssimas conta a história da chita, esse tecido que veio da índia na Idade Média, e ganhou cores aqui no Brasil. E não obstante colore muitas janelas trazendo leveza e alegria, bem como está presente em muitas festividades. O certo é que dificilmente alguém não se lembra desse tecido tão democrático com alegria! Aqui a favela, a comunidade, e/ou a periferia são vistos como lugar de sonho, luta e resistência!”, encerra do texto.

Na abertura, uma mesa de debates contou com a presença de professores, escritores e nomes de referência da Rede Municipal, como a professora Eliane Boa Morte e o professor Sérgio Bahialista. A noite contou ainda com a participação da professora, cantora e instrumentista Simone Ferreira. O espaço de reflexão teve, ainda, a presença dos representantes do Sarau da Onça, Evanilson Alves e Sandro Sussuarana, da gerente regional de São Caetano, Enilza Rocha, da coordenadora regional Aline Matos e da coordenadora líder Fernanda Rigoud. Foi uma oportunidade para os alunos apresentarem tudo que produziram ao longo dos sete meses de projeto. Músicas, sarau, jogral e cordel, maquetes, danças carimbó, dança da saia, acrósticos, textos, murais variados, sussurros poéticos entre outras atividades desenvolvidas pelos alunos da EJA. Foi o momento também de homenagear os alunos mais velhos de cada turma.

 

 

Fonte: Tribuna da Bahia

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