Julho é o mês mais quente dos últimos 120 mil anos, diz relatório

Instituições climáticas dizem que é ‘praticamente certo’ que o mês seja o mais quente já registrado na Terra

Cientistas de duas autoridades climáticas globais afirmaram que é “praticamente certo” que o mês de julho seja o  mais quente registrado na história do planeta, em relatório publicado ontem.

De acordo com os pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia (UE) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM) este mês deve bater recordes de calor “por uma margem significativa”.

Conforme o documento, esses indicativos que rastreiam a temperatura média do ar em todo o mundo geralmente são quebrados por centésimos de grau. No entanto, a temperatura média nos primeiros 23 dias de julho foi de 16,95 °C, enquanto o recorde anterior era de 16,63 °C, de julho de 2019.

Cientistas afirmam que é quase certo que as temperaturas registradas nos últimos tempos são as mais quentes que o planeta já viu em 120 mil anos.

 “Estas são as temperaturas mais altas da história da humanidade”, disse a vice-diretora da Copernicus Samantha Burgess.

Os indicativos fazem com que o Hemisfério Norte tenha um verão intenso. “As probabilidades estão certamente a favor de um verão recorde”, disse Carlo Buontempo, diretor da Copernicus.

Ao mesmo tempo em que recordes são quebrados, diversas regiões sofrem com ondas de calor intensas ao redor do mundo, como o Mediterrâneo, a Ásia, a Grécia e a Índia.

Colapso

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Copenhague aponta que um importante padrão de circulação das águas do Oceano Atlântico, responsável por regular boa parte do clima do planeta, pode entrar em colapso já neste século.

O trabalho dos cientistas dinamarqueses foi publicado na revista científica “Nature Communications” na terça-feira (25). Apesar das conclusões não serem as mesmas de outras projeções anteriores e soarem ainda mais pessimistas, o estudo vem sendo lido como um novo alerta sobre a necessidade urgente de frear as mudanças climáticas.

A pesquisa foi conduzida pelo físico teórico Peter Ditlevsen e pela matemática e estatística Susanne Ditlevsen.

Segundo o trabalho dos irmãos Ditlevsen, o grande sistema de correntes oceânicas AMOC (Célula de Revolvimento Meridional do Atlântico, adaptado do inglês Atlantic Meridional Overturning Circulation) está mais lento e menos resiliente.

Por isso, segundo eles, a AMOC vai entrar em colapso em algum momento entre os anos de 2025 e 2095 por causa da mudança climática.

Mas por que isso é importante? A AMOC é uma parte vital do movimento das águas oceânicas, fenômeno que tem um impacto importante na distribuição do calor pelo nosso planeta. Tecnicamente, esse conceito é chamado de circulação termohalina.

 

 

Fonte: Tribuna da Bahia

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