Novo ensino médio: MEC deve propor carga horária maior e outras mudanças

A quantidade de horas destinadas às disciplinas básicas obrigatórias, como Português e Matemática, deve aumentar.

 

O Ministério da Educação (MEC) deve propor mudanças sobre o novo ensino médio, após a reforma ter se tornado alvo de críticas desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o Estadão apurou, a quantidade de horas destinadas às disciplinas básicas obrigatórias, como Português e Matemática, deve aumentar. A carga horária foi diminuída com o novo modelo para acomodar os itinerários formativos, que são as partes flexíveis do currículo.

A intenção MEC, porém, é a de estimular o ensino médio em tempo integral, o que aumentaria a carga horária geral e não reduziria o espaço destinado aos itinerários necessariamente. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou no fim do mês passado um projeto de lei que pretende ampliar em um milhão o número de matrículas nessa modalidade até 2024, com R$ 4 bilhões de repasses a Estados e prefeituras.

Um primeiro relatório sobre resultados da consulta pública será apresentado no fim da tarde de ontem pelo ministro da Educação, Camilo Santana.

Antes da reforma, que entrou em vigor em 2022, as três séries do ensino médio tinham 2,4 mil horas de disciplinas básicas e obrigatórias. Com a mudança, esse total passou a ser de 1,8 mil horas e o restante (1,2 mil horas) foi destinado à carga flexível, em que os alunos escolhem trilhas conforme seu interesse, totalizando um máximo de 3 mil horas. A ideia agora é de não limitar mais a carga horária.

Da forma que acontece atualmente, mesmo que as escolas tenham tempo integral, as disciplinas básicas continuavam limitadas a 1,8 mil horas, o que muitas vezes equivalem a 30% do currículo.

O MEC ainda discute as mudanças e não tem um modelo pronto ou proposta de minuta fechada. O relatório vai agrupar sugestões que foram feitas durante a consulta pública, que acabou no início de julho.

Apesar de o governo dizer que não fará uma revogação do modelo – como reivindicado por parte das entidades, incluindo algumas de esquerda -, a intenção é que o novo ensino médio seja mudado por meio de um projeto de lei, com regulamentações futuras.

A redução da carga horária de disciplinas básicas tem sido reclamação constante de estudantes que veem prejuízos à preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova não mudou e continua a cobrar apenas as matérias obrigatórias do currículo. Um aumento do tempo destinado às disciplinas da formação básica é consenso também entre secretários de Educação e especialistas que participaram da consulta feita pelo MEC.

 

 

Fonte: Tribuna da Bahia

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