Pele Preta reflete sobre os valores de núcleos familiares femininos

Fran Cardoso falou sobre como as religiões de matriz africana reverenciam as mulheres

O matriarcado é uma organização social onde a sociedade é criada e chefiada por mulheres-mães. Essa posição dominante na família e na comunidade foi tema do novo episódio da série especial Larga o Doce, do podcast Pele Preta.

No programa, a produtora cultural Fran Cardoso comentou, a partir de experiências pessoais, como o relacionamento com as mulheres pretas a ensina sobre os mais diversos setores da vida. Ela destacou ainda que uma música de Maria Bethânia, chamada ‘As Ayabás’, exemplifica o sentimento dela diante dos aprendizados adquiridos.

A produtora disse ainda que o primeiro útero do mundo é preto e africano, chamando atenção para os aprendizados vindos da África. Fran ressaltou, inclusive, que as religiões de matriz africana são matriarcais, remontando antigas tradições, vivências, histórias e culturas. “O continente africano é o berço da humanidade”, disse.

Fran reforçou também que a cultura ocidental tira as mulheres do próprio local de potência, usando o útero como um limitador de capacidades, mas que para a ancestralidade é ao contrário: o útero potencializa e dá para as mulheres competências e habilidades únicas.

De acordo com ela, foi-lhe ensinado, desde nova, que o matriarcado é a solução do mundo e que Deus é uma mulher preta, e, por isso, é revolução. Além disso, a produtora afirmou: “Elas me ensinaram que cozinhar é bacana e pode ser um carinho para pessoas que eu amo, mas não posso e não devo me sentir obrigada a esse serviço que nos foi imposto, quando o ocidente nos rouba o prazer, nos obriga a fazer para desconhecidos que nos açoitaram, separam e nos matam”.

 

 

Fonte: iBahia

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