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  • 11/09/2023

Sociólogo Domenico De Masi morre aos 85 anos

“É pelo trabalho que produzimos riqueza, pelo estudo que produzimos conhecimento e pela diversão que produzimos alegria. Ócio criativo é a união desses três fatores”, escreveu De Masi

Nascido na pequena cidade de Rotello, localizada na região de Molise, no sul da Itália, o sociólogo Domenico De Masi iniciou sua carreira como escritor aos 19 anos, abordando temas de sociologia do trabalho. Ele também teve a oportunidade de estudar em Paris durante o período que antecedeu os acontecimentos de Maio de 1968, um movimento político na França caracterizado por greves e ocupações estudantis que desencadearam um aumento na politização da juventude.

Posteriormente, De Masi tornou-se professor na renomada Universidade de Roma La Sapienza. Na Itália, sua influência se estendeu à criação da renda básica de cidadania em 2019, um benefício destinado a famílias de baixa renda que serviu de inspiração para iniciativas adotadas pelo partido Movimento 5 Estrelas.

Nas redes sociais, Giuseppe Conte, ex-premiê da Itália e atual presidente da sigla, lamentou a morte do sociólogo. “Não é possível resumir em poucas linhas a profunda humanidade, o refinamento intelectual, a energia vital, a coragem e o amor pelo conhecimento de Domenico De Masi”, disse.

Descrito como “sociólogo dos trabalhadores” pela imprensa italiana, De Masi não se esquivava de debates políticos. Em 2019, quando seu país via a escalada do populismo pela figura do político de extrema-direita Matteo Salvini, o sociólogo escreveu que “o populismo nada mais é do que uma explicação primitiva da sociedade e da política em termos rudes, emocionais, míticos, infantis, desleixados e que leva as pessoas de volta a uma fase anterior ao Iluminismo”.

Domenico De Masi advogava pelo retorno do investimento na educação gratuita para os jovens na Itália, por meio da abolição das taxas universitárias. Sua visão não era de apenas reduzir os índices de criminalidade nas regiões menos privilegiadas do país, mas também estimular o aumento do eleitorado.

“[Na Itália], ainda cometemos um erro: o diploma não serve para encontrar trabalho. Pode até ajudar, mas serve especialmente para formar cidadãos e permitir que ele entenda o telejornal. Antes um desempregado com diploma do que um desempregado sem diploma”, afirmou em entrevista ao jornal Il Manifesto, em 2016. “Precisamos investir em inovação e pesquisa. Ou a Itália muda, ou estamos condenados ao terceiro mundo.”

O sociólogo mantinha uma amizade próxima com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegando inclusive a visitá-lo durante o período em que esteve detido em Curitiba. Após a libertação do presidente brasileiro, De Masi enfatizou que sua reputação internacional permanecia inabalada e que Lula continuava sendo uma das mais proeminentes lideranças globais.

Nas redes sociais, Lula lamentou a morte. Ele relembra que visitou o amigo durante uma viagem à Itália há cerca de três meses. “Ele estava, como sempre, animado, com análises inteligentes e cheio de ideias e planos. Sempre foi um defensor das causas sociais, do avanço das conquistas humanas e de um mundo mais justo e solidário. Também foi muito atento e carinhoso com o Brasil, visitando o país sem nenhum medo de se posicionar, mesmo nos momentos mais difíceis.”

Devido à sua profunda admiração pelo Brasil, Domenico De Masi foi honrado com o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro em 2010. Sua afinidade com o país o levou a frequentar o escritório do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, a quem ele admirava. No seu livro “O Futuro Chegou,” publicado em 2014, De Masi dedicou-se a uma análise profunda do modelo de sociedade brasileiro.

Em suas reflexões, o sociólogo destacou que, após séculos de adaptação dos sistemas europeus e norte-americanos, o Brasil tinha a oportunidade única de desenvolver seu próprio modelo de sociedade, especialmente diante das crises que afetavam a América do Norte e o continente europeu na época.

Em uma entrevista concedida à Folha de São Paulo, o sociólogo italiano expressou a opinião de que o Brasil mantinha uma postura cautelosa em relação à busca excessiva pela eficiência e produtividade promovida pelas nações mais desenvolvidas, algo que ele via como um aspecto positivo. Essa resistência brasileira, segundo ele, poderia ser atribuída à influência indígena, que De Masi elogiava pelo seu papel na formação da identidade cultural do país.

“Os americanos espalharam pelo mundo a cultura do ‘manager’. A Itália se americanizou, por exemplo. Até na cultura. Hoje só há rock e cinema americano lá. Vocês têm a bossa nova, têm novela”, disse ele. Para De Masi, em suma, pensar é muito mais importante do que trabalhar. Em seu mundo ideal, tudo que não envolva criatividade será feito por máquinas, o que poderia libertar o homem.

 

 

Fonte: Bahia News

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